Eu voltava tarde pra casa e, toda noite, lá estava o viralata na esquina. Eu sabia que era o mesmo pelo tamanho - era bem grande - e pela peculiaridade de ter um olho castanho e outro azul. Ele me farejava, meio cismado, mas, com o tempo, ficou meu amigo: latia, me cumprimentando, de longe, e me acompanhava até a porta do prédio, no fim da rua. Um dia comentei com meu irmão Gabriel a delicadeza do cachorro, como eu achava legal ele me fazer companhia. Aí Gabi virou pra mim bem sério e perguntou: e tu nunca dá nem um real pra ele?
Um comentário:
Eu quero um real também!
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