9.10.05

Três façanhas de Julia


Minha priminha Julia tem atualmente três anos e é uma figuraça. Braba e linda que só ela. De vez em quando chegam notícias de Recife, contando novas proezas. Duas das últimas envolvem as cadelinhas poodle dos pais dela, Manolo e Ana Paula. São três de tamanho mínimo e chatice máxima, que vivem querendo morder os pés das visitas.
Pois Julia, que desde pequenininha não tem o menor medo das danadas e desforra a gente dando pontapé e pisada nas monstrinhas, trancou uma das cadelas (a mais mansinha, coitada) dentro da gaveta do guarda-roupa. Quase que a bicha se foi! Depois ela pegou uma cachorra (não sei se a mesma sofredora) e botou dentro da mochila da escola - mochila nada, uma mala com rodinhas cor-de-rosa, das Meninas Superpoderosas, que tia Rosa deu a ela. A babá percebeu a bolsa pesada e tremendo, e quando abriu lá tava a cadela - que com essa perdeu a chance de conhecer o jardim de infância e se tornar mais ilustrada.
Mas a melhor de todas envolve apenas Graça, a babá - grande, gorda, negra e simpática ao extremo. Foram as duas passear no shopping, mas com hora marcada - parece que iam ao pediatra ou coisa parecida. Só que Julia não queria ir embora. Quando a babá disse que iam, saiu gritando pelo shopping: socorro, acudam, me ajudem, meu Deus do céu! A segurança apareceu em segundos e pra Graça provar que não era uma sequestradora de crianças inocentes, deu trabalho. Precisou torcer a história e ameaçar o segurança de processo de racismo, porque ele implicou com a pele dela, que não poderia ser mãe da criança tão branca e de olhos tão verdes. Enquanto isso, a peste olhava séria e calada o pandemônio se desenrolando. Mais uma pra entrar nos anais da família...
*Postado originalmente no Sítio de Maricota, em 13 de abril de 2005

Um comentário:

Pedro Cezar disse...

Que história hilária! acho que minha julia vai ser mansinha...